25 de abril de 2009

Orienta-te


Quando era mais nova queria ser veterinária, gostava muito de cuidar de animais, mas depois percebi que não era só isso que os veterinários faziam. Passei a querer ser arquitecta, mas os meus desenhos não se pareciam com nada e desisti da ideia. Houve alturas em que eu e os meus amigos resolvemos ser todos astronautas! Quando decidi ser bombeira descobri que não era isso que os meus pais queriam para mim… Já sei, Vou ser escritora! Mas aquela escola não tem boa fama e nenhuma das minhas amigas vai para a mesma área… Agora estou no 9.º ano e tento reagir ao que todos me dizem:”Orienta-te!”





Segundo o dicionário de língua portuguesa “orientar” significa determinar a posição de um lugar em relação ao oriente; guiar; dirigir; encaminhar; informar; esclarecer reconhecer a situação em que se encontra; determinar o caminho a seguir; reconhecer, examinar cuidadosamente os diferentes aspectos de uma questão ou assunto. Orientar escolar e profissionalmente envolve, precisamente, a concretização destas definições com intenção de melhorar o desenvolvimento do projecto vocacional e de carreira.

Porquê ser orientado por um psicólogo?

Muitas vezes o processo de orientação ocorre durante a adolescência, altura em que está em construção a identidade, a autonomia, a definição de papéis e o relacionamento com os outros. É preciso lidar com o auto-conceito pessoal e académico, pressão do grupo de amigos, expectativas e atitudes familiares, incertezas. A confusão instala-se. No 9.º ano os alunos são confrontados com a necessidade de fazer uma escolha, tomar um rumo, dar resposta às dúvidas que foram surgindo, assumir que há dúvidas que só serão esclarecidas mais tarde e que novas surgirão!

Quando se trabalha em orientação escolar e profissional está a intervir-se em aspectos psicológicos como o desenvolvimento vocacional, processo de tomada de decisão, a subjectividade em relação à vida profissional, as trajectórias de vida, escolares e de trabalho, os papéis desempenhados (de estudante ou trabalhador, por exemplo), interesses, aptidões e objectivos de vida.

O processo de orientação engloba actividades como: exploração de aptidões e interesses que, de uma forma apoiada, contribui para o auto-conhecimento, caracterizar as capacidades de desempenho e aprendizagem, os processos cognitivos e respostas emocionais nas interacções com o mundo que nos rodeia; acesso a informações que permitam o confronto com as áreas profissionais, conhecimento das características do meio escolar e profissional, oportunidades de formação e emprego.

É essencial envolver activamente os alunos, de modo a que assumam um papel central em todo o processo, proporcionar-lhes actividades significativas e desafiantes, correspondendo às suas necessidades, preocupações e expectativas. Privilegiando momentos de reflexão, análise, questionamento e fazendo a integração destes na construção de um projecto pessoal.

Todo o trabalho desenvolvido ao longo do processo de orientação deve permitir aos alunos perspectivar os seus projectos de vida, incentivando o ser envolvimento e motivação para a exploração e atribuindo-lhe o papel principal no decorrer do mesmo. O projecto de vida envolve tanto o conhecimento e informações que o aluno tem, como as dimensões como querer, gostar, sentir-se capaz e querer investir no que faz sentido para ele.

Nos dias 15, 16 e 17 de Abril realizou-se a “I Feira de Orientação Escolar e Profissional de Vila Real de Santo António – Orienta-te”, organizada pelo NEIP e Câmara Municipal de VRSA. Durante estes dias, os alunos do concelho e concelhos vizinhos (Castro Marim e Alcoutim) tiveram acesso a informações acerca de ofertas formativas e profissionais, painéis de profissões e workshops de várias áreas. Pretendeu-se, além de facilitar o acesso à informação, confrontar os jovens com a necessidade de reflexão.

Aqui ficam algumas fotografias do evento:



Fui construindo o meu caminho, todas as preocupações, afinal, são necessárias para me ajudar a pensar e decidir: tentei conhecer-me melhor, aquilo que gosto, quero e me sinto capaz de fazer; ao mesmo tempo procurei informações sobre os cursos ou áreas que poderia seguir e onde me sentiria melhor. Acho que toda a gente passa por isto: a necessidade de conhecer, procurar e decidir. Orientei-me.

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