22 de novembro de 2012
6 de novembro de 2012
Principio Ético Como Filosofia de Vida
“Não darei
veneno a ninguém ainda que me o peça,
nem lhe
sugerirei tal possibilidade”
Hipócrates
Com
a criação da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) como organismo regulador da
profissão de psicólogo em Portugal, torna-se indiscutível a necessidade de
existirem normas de conduta profissional e que essa mesma necessidade é hoje
fundamental na ordenação do pensamento sobre as questões éticas e deontológicas
essenciais ao exercício dessa profissão.
Como
princípios importantes e imutáveis devemos salientar que o psicólogo deve estar
sempre ao serviço do Homem e da sua saúde e bem-estar, sendo que as relações
terapêuticas com os clientes devem assentar na confiança e na aceitação
incondicional do carácter e escolhas pessoais dos mesmos, desde que estas sejam
enquadradas num exercício de racionalidade e de respeito pelo outro. Através do
Código Deontológico (CD) da Ordem dos Psicólogos Portugueses, temos acesso aos
princípios orientadores e às regras de comportamento ideais que devem estar
presentes em todas as circunstâncias nesta profissão. Contudo, existem casos
reais extremamente delicados, para os quais nenhum C.D. consagra normas e
orientações suficientes, sendo assim a consciência do psicólogo (bem formado
eticamente) que encontra a solução mais adequada. Quanto mais científica e mais
defensora da dignidade e do respeito pela identidade do ser humano, mais ética
se tornará essa solução. O psicólogo, “possuidor” do poder interventivo
terapêutico, deve tornar imperativo o objetivo de pautar as suas ações, não por
uma ideologia teórica político-social, mas sim por uma pratica que efetive o
Homem na essência do seu todo e da sua nobreza idiossincrática.
O
poder seja de que origem for, deve intervir em favor da ética, sendo que o
poder para servir ideologias ou satisfazer clientes está, na maioria das vezes,
contra a ética. Quando tal realidade se apresenta ao psicólogo, este deve fazer
uso do seu dever de integridade e inteireza moral. Nesta classe profissional,
torna-se necessário que à coerência de personalidade se adicione uma fidelidade
aos princípios de atuação da profissão e sentindo, todos os que dela fazem
parte, como missão permanente a defesa dos mesmos quando ameaçados. Tal como
está referido no C.D. da O.P.P., a integridade poderá ficar comprometida sempre
que o profissional se deixar influenciar pelas suas próprias motivações ou
crenças, preconceitos e juízos morais, nos casos em que surjam conflitos de
interesse pessoal, profissional e institucional, dilemas centrados nas
hierarquias, ou mesmo a partir de pedidos não razoáveis dos clientes. Quando
confrontado com alguma destas situações, o psicólogo deverá promover a reflexão
das diferentes perspetivas em equação com o objetivo de alcançar situações de
compromisso que respeitem os princípios gerais, específicos e linhas de
orientação da prática da Psicologia.
De
facto, os psicólogos devem sentir o peso da responsabilidade ética da sua
profissão, tanto dentro como fora das consultas, das escolas, dos tribunais,
das empresas, dos hospitais... Tornando-se assim não penas uma mera profissão
mas toda uma filosofia de vida para quem, com mérito, a escolheu exercer.
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