9 de junho de 2015

Uma Equipa em Crescimento


Sempre foi objectivo do NEIP a construção de caminhos que visem abarcar a eficácia e a qualidade das intervenções prestadas à comunidade. Sabemos assim da importância dos múltiplos factores envolvidos nestas intervenções e de uma visão global e integral, seja na prevenção, no diagnóstico ou na intervenção/tratamento.
Ao contrário da visão isolada de cada técnico, que possuem um olhar para o problema de acordo com a sua experiência e área de actuação, uma equipa multidisciplinar poderá sempre construir uma resposta mais integradora à situação em questão. 

De forma a reforçar isto, contamos neste momento na nossa Equipa com uma Técnica de Intervenção Social e uma Técnica de Terapia da Fala, sempre em prol de uma eficácia interventiva! 

“Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso, e trabalhar em conjunto é a vitória.”
Henry Ford

2 de junho de 2015

DIA(S) DA CRIANÇA


“As crianças precisam de ouvir até à exaustão que são amadas
 para poderem pensar em ser felizes.”
Mário Cordeiro

Afinal o que é para nós o DIA DA CRIANÇA? O que queremos e desejamos realmente que seja comemorado neste dia? Qual a noção/aprendizagem que queremos passar às nossas crianças?
É certo que a comemoração do DIA DA CRIANÇA deixou de atingir o seu real significado, passando a fazer parte de mais um dia festivo, ao qual está estritamente associada a ideia de consumo. Digamos que, na generalidade, o mais importante é que a criança receba nesta data um determinado bem material, como se esse bem conferisse a identidade e o significado ao DIA! E, afinal de contas, a criança espera realmente receber este presente, para que possa mostrá-lo e compará-lo com os seus amigos. E, nós (Pais), quase que sem escapatória, participamos de forma involuntária neste jogo do consumismo, sentindo-nos persuadidos e acurralados pela sociedade que nos rodeia. Muitas vezes, também, sentindo-nos culpados por não podermos dedicar mais tempo às nossas crianças e procurando compensar esta ausência através de bens materiais (amplamente desejados pelos mais pequenos). E esta solução, rápida e simples, funciona momentaneamente acalmando os sentimentos de culpa, embora saibamos que de nada servirá ter uma coisa quando na verdade necessitamos de outra! Este jogo do consumismo, aparentemente fácil mas bastante complexo, gera alguma conflitualidade interna e pressão externa, principalmente quando o nosso desejo é transmitir uma directriz diferente, com outro tipo de valores, mas que temos consciência trará frustração às nossas crianças, simplesmente por estas poderem (ou não) sentir-se diferentes da maioria. E será isto mau? A diferença enriquece-nos, no mínimo ao nível do conhecimento que podemos daí adquirir, e a frustração é algo inerente ao desenvolvimento humano, portanto, parte fundamental no desenvolvimento infantil. Não lidar com diferenças e frustrações acarreta consequências graves ao nível da qualidade de vida humana, tais como maiores níveis de ansiedade, agressividade, egocentrismo, stress, entre outras. Logo, privar as nossas crianças de situações deste género, reforçando os atos de consumismo, pode não ser com certeza a melhor solução!
Consumir sem justificação, sem prudência, sem priorização, apenas pelo poder de “ter” e “ser reconhecido”, trará certamente consequências negativas no futuro, tais como instabilidade emocional, comportamentos impulsivos, dificuldade de auto controlo e auto regulação, baixa auto-estima, egocentrismo, problemas de relacionamento interpessoal, etc. E neste ponto é importante relembrar que ninguém nasce consumista, mas que aquilo a que somos sujeitos ao longo do nosso desenvolvimento tem uma importância extrema e torna-se quase que um modelo a aplicar no futuro. Perante isto, e tendo em conta que nós adultos somos responsáveis pela educação das nossas crianças, devemos definir então o que queremos valorizar!
Tendo por base que todos os pais querem o melhor para os seus filhos, com a perspetiva de os tornar cidadãos responsáveis (e aqui claro depende do que cada um entende por este conceito), mas digamos que, inteligentes, respeitadores, que valorizem a família e conquistem futuros risonhos, é então importante ensinar isto. E ensinar não é apenas dizer, é mostrar através de ações coerentes, diariamente, os valores que queremos que sejam transmitidos e salvaguardados.
Chegados a este ponto, a maior grandeza a oferecer às nossas crianças é (sem dúvida alguma) o amor, o afeto, os gestos de carinho e compreensão. Encher o “depósito emocional” das nossas crianças com afetividade é uma aposta na criação de adultos emocionalmente saudáveis, equilibrados e felizes. Devemos assim, e como nos refere o pediatra Mário Cordeiro, “divertir-nos mais com coisas naturais, não dispendiosas, e ensinar as crianças a amarem a vida”. Devemos apostar em coisas simples, que causem diversão, empatia, envolvimento, afetividade e crescimento. Porque na simplicidade, na humildade, no contacto diário e nas ações não intencionais, se desenvolvem inúmeras capacidades e laços afetivos eternos, que potencializam o bem-estar da criança e a capacidade desta se desenvolver de forma única (além de nos reconfortar a nós adultos!). “Otimizar a convivência no ambiente familiar é assim uma das melhores contribuições que podemos fazer para o equilíbrio e o desenvolvimento pessoal de todos e de cada um dos membros da família” (Ballenato, 2009, p. 24).
E é este o desafio que queria deixar para o(s) DIA(S) DA CRIANÇA, o desafio de ponderar entre a oferta de um bem material ou uma interação familiar gratuita, enriquecedora e única…  sem receios, sem grandes planificações, apenas com toda a disponibilidade e amor! Dedique este dia (e se possível todos os outros) exclusivamente aos mais pequenos e experimente desfrutar de momentos simples, tais como: inverter papéis (por umas horas seja você a criança!), brincar ao faz-de-conta e mascarar-se de acordo com as sugestões dos mais pequenos, fazer um bolo e deixar-se “chafurdar” de farinha, ou se preferir, desfrutar da natureza e realizar um pic-nic, uma corrida (de sacos, de bicicletas, ou seja lá do que for!), o mais importante é que desfrute em plenitude do momento de interação. Ah! E não se esqueça que para tudo funcionar é crucial minimizar os fatores externos, portanto, sugiro umas dicas: desligue o telemóvel e o tablet (se não conseguir, coloque em modo silêncio), desligue a televisão da corrente elétrica (para que não caia em tentações), desligue a campainha e viva o momento… tentando descobrir porque é tão importante, gratificante e enriquecedor dedicar tempo de qualidade às crianças.
Aproveite… o mundo não para por um dia e, certamente, a imaginação avançará e a afetividade também! Desfrute…