8 de outubro de 2008

A doença de Alzheimer



A doença de Alzheimer foi descrita, pela primeira vez, pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer em 1909. É uma doença degenerativa do cérebro que se caracteriza por uma perda das faculdades cognitivas superiores de forma contínua e irreversível. Ou seja, ocorre uma morte das células cerebrais com uma consequente atrofia do cérebro. Os sinais de alerta desta doença são: a perda de memória, dificuldade em executar as tarefas domésticas, problemas de linguagem, desorientação tanto no tempo como no espaço, fraco ou diminuído discernimento, problemas relacionados com o pensamento abstracto, troca do lugar das coisas, perda de iniciativa, alterações de humor ou de comportamento e na personalidade. À medida que a doença evolui estes doentes tornam-se incapazes de realizar tarefas incluindo as mais simples como as de higiene e de vestir. Deixam de reconhecer os rostos dos familiares, os objectos e, inclusivamente, as palavras. 

Ainda não existe uma causa determinante para esta doença e, de acordo com a comunidade científica, trata-se de uma doença geneticamente determinada, embora possa ou não, ser hereditária. Existem tratamentos farmacológicos importantes, numa fase inicial da doença, que permitem confortar o doente e retardar ao máximo a evolução da doença. Contudo chama-se à atenção para a necessidade dos doentes terem de modificar os seus comportamentos e padrões de vida de forma a possibilitar a sua adaptação à doença. Os familiares e cuidadores constituem pilares fundamentais neste processo de adaptação proporcionando, ao mesmo tempo, uma maior qualidade de vida a estes doentes. A nível da comunicação com os doentes de Alzheimer é conveniente permanecer-se calmo e quieto, falar de forma clara e pausada; devem-se evitar ruídos como, por exemplo, de rádio ou televisão; demonstrar carinho, apoio e tranquilidade, mesmo que o doente não apresente reacção às tentativas de comunicação e expressões de afecto. Deve-se igualmente verificar se possui problemas de visão, audição ou outros. É provável que o doente deixe de reconhecer a necessidade da higiene pessoal. Esta situação não deve ser encarada de forma tranquila e simplificando as tarefas, ou seja, tornar de fácil acesso e de forma ordenada os produtos de higiene, instalar pegas, tapetes anti-derrapantes, assim como outros dispositivos de apoio. Tentar evitar a lavagem parcial. Fazer uma ida ao cabeleireiro para aumentar a auto-estima do doente.

O vestuário do doente deve ser o mais simplificado possível. Este pode ser preparado pela ordem que deve ser vestido, ser restringido a 2 ou 3 conjuntos, a sapatos de enfiar, soutiens de apertar à frente, fechos de velcro (evitar os laços, fechos de correr e botões). Procurar que o doente se encontre sempre bem vestido e elogiar o seu bom aspecto. 

A memória pode ser trabalhada pedindo ao doente para participar e colaborar nas rotinas do dia-a-dia; conversarem não só sobre acontecimentos recorrentes como também de acontecimentos mais antigos com apoio, por exemplo, de fotografias e objectos; participar em actividades do seu interesse. 

É relevante lembrar a importância de dar tempo ao doente, de forma calma e tranquila, para participar nas tarefas ao seu ritmo, sem pressas nem exigências e perfeições. Incentivar continuamente através de elogios, carinho, apoio e compreensão. 

Sempre que necessário procurar apoio junto de técnicos especializados e lembrar sempre que a qualidade de vida constitui um bem-estar físico, mental e social independentemente de se ter uma doença ou não.

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